A leitura em minha vida
A primeira lembrança que tenho
com a leitura é a de meu pai lendo uma coleção de clássicos da literatura
infantil. Eram livros grandes, em quadrinhos, com uma ilustração linda, que ele
os lia para mim. Meu pai, que só estudou
até a 4ª série, era um leitor muito competente, e o foi até o fim da vida. Lia
livros de história, jornais, mapas, revistas, até livros didáticos, fazia
comentários e emitia opiniões. Meu avô, que morava em casa, tinha uma coleção
de revista “Seleções”, e as lia constantemente. Penso que o meu gosto pela
leitura teve início na minha família, como alguns depoimentos que vimos.
Quando fui para a escola,
continuei a ler muito, pois havia uma pequena biblioteca, onde retirávamos os
livros. A minha preferência era para os de Monteiro Lobato. Assistíamos ao
seriado na TV, mas já conhecíamos as histórias de antemão. Outra experiência que ficou guardada para mim
foi a da minha professora da 2ªserie que leu “O menino do dedo verde”.
Ela lia um capítulo por dia e nós ficávamos ansiosos para o próximo. Era um
momento muito especial.
Depois, quando descobri que
gostava da língua materna, comecei a ler todo e qualquer clássico da
literatura, pois acreditava que uma professora de Português deveria ler tudo. E
assim, comprava e lia, mesmo não tendo maturidade para entender alguns, como
foi o caso da “Divina Comédia” e a” Odisseia”, que só mais tarde, pude
entender. Outros lia e relia, pois me
fascinavam.
Gosto muito de ler. Não leio o
quanto desejo, pois o tempo é escasso, mas mesmo assim acho que a leitura nos
ajuda a entender melhor o mundo, a desenvolver uma consciência mais crítica em
relação a tudo, além de nos dar um prazer imenso, nos levar a mundos
imaginários, nos prender de tal forma que não queremos fazer mais nada, a não
ser, ler mais e mais para saber o que vai acontecer.
Dilene de Lima Brugnaro