segunda-feira, 17 de junho de 2013


Sequência Didática – Texto “Aeroporto” (Carlos Drummond de Andrade)

Tempo previsto: 6 a 8aulas
 Sugestão de aula para 9 º Ano
 
O AEROPORTO
Carlos Drummond de Andrade
Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.
Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores.
Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se lembraria de achá-lo egoísta ou importuno. Suas horas de sono - e lhe apraz dormir não só à noite como principalmente de dia - eram respeitadas como ritos sagrados, a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como de costume, e não se zangaria com a gente, porém nós mesmos é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos.
Assim, por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura da tevê. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância.
Objetos que visse em nossa mão, requisitava-os. Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógios de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis — porque me esquecia de dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada, sobre a razão íntima de seus atos.
Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade — e, até, que a nossa amizade lhe conferia caráter necessário de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. Reprod. Em: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973. p.1107-1108

 
ANTES
Levantamento de conhecimentos prévios dos alunos
Vocês já estiveram em um aeroporto?
Vocês já viajaram de avião?
O que as pessoas fazem em um aeroporto?
A partir do título “No aeroporto” é possível imaginar o assunto? O professor deverá ler em voz alta para a turma de alunos .
DURANTE
Faça comentários breves para prender o interesse dos alunos. Como por exemplo perguntar aos alunos se eles já conseguem formar uma ideia de como é Pedro e levantamento de hipóteses  sobre quem é a personagem;
Posteriormente , o professor retomará a estrutura do texto narrativo com questões relacionadas ao tempo , espaço , sequência de fatos , personagens (características físicas e psicológicas ) , foco narrativo, existência ou não de diálogo. Os alunos deverão recontar o texto oralmente , ao mesmo tempo em que o professor registra na lousa a sequência de fatos e também poderá intervir nesse processo.
Segue a isso a proposta de reescrita da crônica, em duplas, para que o professor possa avaliar a paragrafação, a pontuação , o discurso direto e indireto , a ortografia e a segmentação de palavras nessa etapa , são contempladas a coesão e a coerência e as características do gênero Crônica.
Que tipo de gênero textual pertence o texto ? Justifique.
Onde encontramos esse tipo de texto?
Depois O professor levará os alunos à sala de informática onde deverão pesquisar a biografia do  autor Carlos Drummond de Andrade
Por meio do youtube, ouvirão a música “Samba do avião” de Tom Jobim
Posteriormente, peça aos alunos que realizem uma pesquisa sobre o Gênero textual Crônica, a fim de que produzam uma coletivamente para apresentarem  à turma. Assim será realizada  a avaliação final.
          Professora Daniela de Souza da Silva Ribeiro
 

Situação de Aprendizagem para desenvolvimento da competência leitora.

O Aeroporto.
(Carlos Drummond de Andrade)
Sugestão de aula para 6º ano.
Tempo previsto: 4 aulas


  •         Ativação de conhecimentos prévios, mostrando imagens de diversos aeroportos, em especial o Galeão e sua localização.



  •         Mostrar imagens de pessoas se despedindo ou se encontrando, a fim de destacar emoções e sentimento presentes nesse espaço e nessa situação e trabalhar as possíveis emoções, sentimentos e sensações do momento.  



        _ Leitura feita pelo professor com pausas, fazendo questionamentos, inferências, análise e confirmando hipóteses

        _Uso do dicionário para ampliação do vocabulário.

 _Questões de entendimento do texto, tais como:
 1.Por que Pedro dava trabalho?
 2.Por que mesmo mudando toda a rotina da casa, as pessoas o admiravam?
 3.De que modo ele conseguia encantar as pessoas?
 4.Você convive ou já conviveu com alguém nas mesmas condições de Pedro? Conte-nos a respeito.


NO AEROPORTO
                                                 Carlos Drummond de Andrade
 Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-lo a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras, e, a bem dizer, não se digne de pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
 Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas boas intenções para com o mundo ocidental e oriental, e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.
 Devo dizer que Pedro, como visitante, nos deu trabalho; tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se lembraria de achá-lo egoísta ou importuno. Suas horas de sono - e lhe apraz dormir não só à noite como principalmente de dia - eram respeitadas como ritos sagrados, a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como de costume, e não se zangaria com a gente, porém nós mesmos é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos. Assim, por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura da tevê. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância.
 Objetos que visse em nossa mão, requisitava-os. Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógios de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho. Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis — porque me esquecia de dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada, sobre a razão íntima de seus atos.
Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade — e, até, que a nossa amizade lhe conferia caráter necessário de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
 Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Cadeira de balanço. Reprod. Em: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973. p.1107-1108

 Produção de texto
 Pedir aos alunos que imaginem o que aconteceu após a partida de Pedro, como a família se sentiu, para onde Pedro foi, como ele está agora. A partir desses questionamentos, os alunos produzirão uma narrativa.

Professora Dilene de Lima Brugnaro


Situação de aprendizagem para desenvolvimento da competência leitora

Avestruz (Mário Prata)

Sugestão de aula para o 6º ano (5ª série)
Tempo previsto: 4 aulas

·         Ativação dos conhecimentos prévios
       A professora fará as seguintes perguntas:
1)      Quem tem animal de estimação?
2)      Quais são os animais de estimação mais comuns de se ter?
3)      Vocês conhecem alguém que tenha algum tipo de animal exótico?
4)      O que é um avestruz? Alguém sabe como ele é?

Em seguida, a professora apresentará algumas imagens de avestruz, bem como alguns vídeos engraçados e/ou curiosos com avestruz


·         Leitura em voz alta, de forma clara e expressiva pelo professor

Avestruz
Mario Prata

O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.  
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz. 

PRATA, Mário. Avestruz. Disponível em: www.marioprataonline.com.br. Acesso em: 14 fev. de 2008


·         Ampliação da compreensão da crônica.
·         Leitura compartilhada para checagem das hipóteses e comentários gerais sobre o texto.
·         Sistematização do gênero:

Características de uma crônica.
Espaço.
Tempo.
Foco narrativo.
Personagens.
Diálogo.
Clímax.
Desfecho.

Neste momento, a professora pedirá que os alunos encontrem o parágrafo que corresponde a cada característica citada.

Ampliação do conhecimento:
·         Levar os alunos à sala de informática, para pesquisarem sobre os hábitos, características, habitat, alimentação e imagens de avestruzes.


Trabalho da escrita: registro escrito da pesquisa realizada.
Leitura de algumas crônicas, indicadas pelo professor, para a fixação do gênero estudado.

Professora Dilene de Lima Brugnaro




Sequência Didática em Competência Leitora
para alunos de 9º ano

Texto “Aeroporto”
(Carlos Drummond de Andrade)

O primeiro momento da Sequência Didática, será realizado através de uma sensibilização para o texto escolhido.

ANTES
·         Falar aos alunos que o texto aborda uma situação que podemos encontrar no nosso dia a dia; que é interessante, emocionante, além de surpreendente.
·         Chamar a atenção dos alunos para o gênero que lerão – crônica - tentando assim, ativar os conhecimentos prévios acerca desse gênero através de perguntas como: Você costuma prestar atenção às coisas que acontecem ao seu redor? Alguma vez já parou para refletir sobre algo que tenho acabado de observar?
·         Explicar aos alunos que o texto a ser trabalhado pertence à tipologia narrativa e questioná-los quanto a isso: o que se lembram sobre texto narrativo? O que se lembram sobre a crônica? Caso esqueçam de algumas das características relembrá-los(espaço, tempo, foco narrativo, personagem, diálogo, clímax e desfecho).
·         Detectar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do título: o que sabem, ou já ouviram falar, sobre “Aeroporto”?
·         Passar o vídeo institucional sobre a rotina diária do aeroporto do Galeão: http://www.youtube.com/watch?v=lsQq_ZpGdvg
·         Depois de assistirem o vídeo fazer algumas perguntas como: Qual é o assunto que eles esperam encontrar no texto que será lido? O que as pessoas fazem em um aeroporto? Eles já foram a algum aeroporto? É um lugar alegre ou triste? Dá para perceber sensações e emoções diferentes em um aeroporto? Por quê?
·         Diante dessas questões e informações levantadas, embarcar na leitura em voz alta (feita pelo professor) para comprovar ou não as expectativas criadas – leitura compartilhada.
·          
Aeroporto
Carlos Drummond de Andrade

Viajou meu amigo Pedro. Fui levá-lo ao Galeão, onde esperamos três horas o seu quadrimotor. Durante esse tempo, não faltou assunto para nos entretermos, embora não falássemos da vã e numerosa matéria atual. Sempre tivemos muito assunto, e não deixamos de explorá-la a fundo. Embora Pedro seja extremamente parco de palavras e, a bem dizer, não se digne pronunciar nenhuma. Quando muito, emite sílabas; o mais é conversa de gestos e expressões, pelos quais se faz entender admiravelmente. É o seu sistema.
Passou dois meses e meio em nossa casa, e foi hóspede ameno. Sorria para os moradores, com ou sem motivo plausível. Era a sua arma, não direi secreta, porque ostensiva. A vista da pessoa humana lhe dá prazer. Seu sorriso foi logo considerado sorriso especial, revelador de suas intenções para com o mundo ocidental e o oriental e em particular o nosso trecho de rua. Fornecedores, vizinhos e desconhecidos, gratificados com esse sorriso (encantador, apesar da falta de dentes), abonam a classificação.
Devo admitir que Pedro, como visitante, nos deu trabalho: tinha horários especiais, comidas especiais, roupas especiais, sabonetes especiais, criados especiais. Mas sua simples presença e seu sorriso compensariam providências e privilégios maiores. Recebia tudo com naturalidade, sabendo-se merecedor das distinções, e ninguém se lembraria de achá-lo egoísta ou inoportuno. Suas horas de sono — e lhe apraz dormir não só à noite como principalmente de dia — eram respeitadas como ritos sacros a ponto de não ousarmos erguer a voz para não acordá-lo. Acordaria sorrindo, como de costume, e não se zangaria com a gente, porém é que não nos perdoaríamos o corte de seus sonhos. Assim, por conta de Pedro, deixamos de ouvir muito concerto para violino e orquestra, de Bach, mas também nossos olhos e ouvidos se forraram à tortura da TV. Andando na ponta dos pés, ou descalços, levamos tropeções no escuro, mas sendo por amor de Pedro não tinha importância.
Objeto que visse em nossa mão, requisitava-o. Gosta de óculos alheios (e não os usa), relógios de pulso, copos, xícaras e vidros em geral, artigos de escritório, botões simples ou de punho.Não é colecionador; gosta das coisas para pegá-las, mirá-las e (é seu costume ou sua mania, que se há de fazer) pô-las na boca. Quem não o conhecer dirá que é péssimo costume, porém duvido que mantenha este juízo diante de Pedro, de seu sorriso sem malícia e de suas pupilas azuis — porque me esquecia de dizer que tem olhos azuis, cor que afasta qualquer suspeita ou acusação apressada sobre a razão íntima de seus atos.
Poderia acusá-lo de incontinência, porque não sabia distinguir entre os cômodos, e o que lhe ocorria fazer, fazia em qualquer parte? Zangar-me com ele porque destruiu a lâmpada do escritório? Não. Jamais me voltei para Pedro que ele não me sorrisse; tivesse eu um impulso de irritação, e me sentiria desarmado com a sua azul maneira de olhar-me. Eu sabia que essas coisas eram indiferentes à nossa amizade — e, até, que a nossa amizade lhes conferia caráter necessário, de prova; ou gratuito, de poesia e jogo.
Viajou meu amigo Pedro. Fico refletindo na falta que faz um amigo de um ano de idade a seu companheiro já vivido e puído. De repente o aeroporto ficou vazio.
       

DURANTE
·         Ao longo do texto surgirão palavras que talvez eles não reconheçam = Galeão, quadrimotor, vã, parco, ameno, ostensiva, abonam, inoportuno, apraz, ritos sacros, Bach, requisitava-o, incontinência e puído. Tentar esclarecer essas palavras conforme forem aparecendo durante a leitura através de inferência ou consulta ao dicionário;
·         Depois de ler o primeiro parágrafo, perguntar aos alunos se eles já conseguem formar uma ideia de quem e como é Pedro;
·         Ler o segundo parágrafo e novamente pausar a leitura para indagar se imaginam o porquê de Pedro ser tão querido pelas pessoas;
·         Lido o terceiro parágrafo, verificar com eles se a ideia e imagem que fizeram acima se confirmam. Também perguntar se eles gostariam de receber em suas casas alguém como Pedro e também por que será que apesar de todo o trabalho que esse hóspede dá, as pessoas continuam se importando tanto com ele;
·         No quarto parágrafo, verificar com os alunos se eles imaginam o porquê de Pedro agir assim: querer pegar todas as coisas que vê e ainda pô-las na boca;
·         No quinto parágrafo, verificar mais uma vez a imagem que estão fazendo de Pedro: elas se mantiveram durante a leitura? Alguém já faz ideia de quem é ele?
·         No último parágrafo, onde o “mistério” é revelado, levá-los a refletir sobre a última fala do narrador “De repente o aeroporto ficou vazio.”. O que será que o narrador quis dizer com isso? Após algumas respostas questionar se eles já se sentiram assim algum dia.

DEPOIS
·         Feita essa leitura e tendo discutido todas as hipóteses já reveladas, partir para o momento de reconto. Agora, o professor pode designar um aluno para isso, ou ainda, permitir que a sala, em ordem, vá recontando a história lida. Enquanto os alunos recontam, o professor anota as informações na lousa – o professor também pode intervir nesse processo relembrando fatos que os alunos podem ter esquecido.
·         Nesta nova etapa, o professor pode solicitar aos alunos que falem sobre essa relação de amizade mencionada no texto e pergunte a eles como lidam como são as suas relações de amizade, lembrando-lhes o valor de uma amizade.
·         Antes de passar para a fase de produção textual  levar a música “Amizade é tudo” do grupo Jeito Moleque (http://letras.mus.br/jeito-moleque/1545748/). Depois de ouvir a música perguntar se eles encontraram pontos em comum entre o texto de Drummond e a música. 

·         Para finalizar pedir que escrevam um texto narrativo contando a história de uma grande amizade, pedindo que eles deixem que depois das devidas correções do professor (pontuação, ortografia, coesão, coerência) poderá ser compartilhada no blog da escola ou da classe. 
Professora Eliane.

Texto Avestruz - Mario Prata

Olá pessoal, abaixo está minha sequência didática do texto trabalhado na aula presencial.
Texto : Avestruz - Mário Prata.



Atividade Proposta = Estratégia de Leitura


Texto analisado = AVESTRUZ


1º PASSO (Estratégias antes da leitura)
Sensibilização dos alunos através de uma animação (vídeo) ou uma fábula. Fazer uma sondagem com um ovo de avestruz e levantar os conhecimentos prévios deles. Antecipação do tema ou ideia principal a partir do exame de imagens (fotos detalhadas dos avestruzes).

2º PASSO (Estratégias durante a leitura)
Leitura Compartilhada – lendo cada trecho e fazendo inferências a respeito do pedaço lido. Ativação dos conhecimentos de mundo, checagem de hipóteses, localização de informações, inferências locais, relações de intertextualidade, valores éticos.

a) Será que o garoto vai ganhar o que pediu?
b) Vocês pediriam também uma avestruz?
c) Como vocês acham que se cuida de um animal desse tamanho?
d) Como seria criar esse bicho em um apartamento?
e) O que é “entrega em domicílio”?
f) Vocês acham que o menino vai querer a avestruz mesmo comendo tudo o que encontra pela frente?
g) A criação de Deus veio com defeitos, essa descrição do autor não nos leva a ter certo preconceito?
h) Como o menino ficou convencido de desistir da avestruz?
i) O que o menino propôs para trocar seu presente?
j) O que o homem sugere para a amiga? Por que ele sugere levar o menino a um psicólogo?
k) O texto dá pistas para saber se o narrador é homem ou mulher?

3º PASSO (Estratégias após a leitura)
Troca de impressões:
Verificar se a expectativa das hipóteses ficou em acordo com o final da história, se gostaram ou não do final. O que eles pediriam no lugar do menino. Se ele fez uma boa escolha (um bom pedido).

Atividade Escrita
Pedir para que os alunos transformem a história em HQs (História em Quadrinhos), destacando os elementos da narrativa: espaço, tempo, foco narrativo, personagens, diálogo, clímax e desfecho."
 
Professora responsável : Denise de C. F. da Rocha